sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Qual a função do psicopedagogo?


Sabendo que, na verdade, a Psicopedagogia é um campo de atuação que, ao atuar de forma preventiva e terapêutica, posiciona-se para o compreender os processos do desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a várias áreas e estratégias pedagógicas objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir nos processos de transmissão e apropriação dos conhecimentos (possíveis dificuldades e transtornos) , o papel essencial do psicopedagogo é o de ser mediador em todo esse movimento. Se for além da simples junção dos conhecimentos da Psicologia e da Pedagogia, o psicopedagogo pode atuar em diferentes campos de ação, situando-se tanto na Saúde como na Educação, já que seu fazer visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem humana, que, afinal, ocorrem em todos os espaços e tempos sociais.O psicopedagogo trabalha com as habilidades que envolvem questões cognitivas, afetivas, psicomotoras e lingüísticas necessárias para que o aluno compreenda os conteúdos escolares.O psicopedagogo realiza o trabalho de prevenção, diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizado escolar. As causas desta dificuldade podem ser de origem física (estrutura do sistema nervoso central e maturidade neurológica) ou psíquica (dificuldade de adaptação social, dificuldade de aceitação de regras de comportamento, falta de interesse e valorização do aprendizado etc.). Qualquer uma dessas causas pode ocasionar sintomas como a falta de atenção e concentração e a dificuldade de compreensão e memorização.O psicopedagogo tem como função detectar a origem do problema e, baseado nela, desenvolver atividades que criem momentos propícios que estimulem a aquisição de funções cognitivas que são pré-requisitos para as aprendizagens escolares.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Disgrafia


É um distúrbio da escrita relacionado ao traçado das letras e a disposição dos conjuntos gráficos no espaço.Podem ser devido a dificuldades motoras.A escrita dos disgráficos motores é irregular, as linhas são mall orientadas, as letras são mal repartidas em pequenos grupos, com bruscos desníveis, às vezes no meio de uma palavra.Observa-se no caderno do aluno ilegibilidade, lentidão demasiada para copiar, distorção das letras, forte pressão do lápis sobre o papel ou pressão muito fraca, macrografia ou micrografia, má sinergia articular cotovelo-pulso-dedos, cansaço ou dores no braço ao escrever, postura incorreta ao sentar-se.Também podem ser devido a dificuldades de organização espacial.Quando o aluno não respeita linhas, margens, parágrafos. Deixa espaços em branco ou espaços inadequados entre as palavras aglutinando-as ou dissociando-as, inadequação do tamanho das letras e hastes, letras e números espelhados, direção incorreta no traçado das letras.Em geral o caderno das crianças disgráficas apresenta-se sujo, rasgado, e com "orelhas de burro".Encontramos 5 síndromes diferentes de disgráficos:
Os rígidos que apresentam escrita muito inclinada, crispada, dando idéia de extrema tensão
Os relaxados com letras mal formadas, linhas e margens mal organizadas
Os impulsivos com o traçado semcontrole ,apressado e confuso, escrita muito irregular e instável. A organização da página muito ruim
Os inábeis que apresentam real problema na execução
Os lentos e precisos que caractertizam-se pela busca da precisão e do controle. As letras são precisas, apágina é organizada e a escrita é regular, porém lenta

Dicas para disléxicos



Dislexia
Definições:DIS – distúrbioLEXIA – (do latim) leitura; (do grego) linguagemDISLEXIA – dificuldades na leitura e na escritaA definição mais usada na atualidade é a do Comitê de Abril de 1994, da International Dyslexia Association – IDA, que diz:Dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Essas dificuldades de decodificar palavras simples não são esperadas em relação à idade. Apesar de submetida a instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sócio cultural e não possuir distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo de aquisição da linguagem. A dislexia não é uma doença, portanto não podemos falar em cura. Ela é congênita e hereditária, e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola.Os sintomas ainda podem ser aliviados, contornados, com acompanhamento adequado, direcionado às condições de cada caso.Não podemos considerar como 'comprometimento' sua origem constitucional (neurológica), mas sim como uma diferença, que é mais notada em relação à dominância cerebral. É uma dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma criança para ler ou escrever está abaixo de seu nível de inteligência. A DISLEXIA é uma função, um problema, um transtorno, uma deficiência, um distúrbio. Refere-se a uma dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem. A DISLEXIA não é uma doença, é um distúrbio de aprendizagem congênito que interfere de forma significativa na integração dos símbolos lingüísticos e perceptivos. Acomete mais o sexo masculino que o feminino, numa proporção de 3 para 1. Segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas, o ser humano possui habilidades cognitivas: inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal, inteligência lógica-matemática, inteligência espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência verbal-linguística, inteligência musical, naturalista, existencial e pictórica. O disléxico teria sua inteligência mais predisposta à inteligência corporal-sinestésica, musical, espacial. Causas prováveis:A) Uma falha no sistema nervoso central em sua habilidade para organizar os grafemas, isto é, as letras, ou decodificar os fonemas, ou seja, as unidades sonoras distintivas no âmbito da palavra. B) O impedimento cerebral relacionado com a capacidade de visualização das palavras. C) Diferenças entre os hemisférios e alteração (displasias e ectopias) do lado direito do cérebro. Isso implica, entre outras coisas, uma dominância da lateralidade invertida ou indefinida. Mas também justifica o desenvolvimento maior da intuição, da criatividade, da aptidão para as artes, do raciocínio mais holístico, de serem mais subjetivos e todas as outras qualidades características do hemisfério direito. D) Inadequado processamento auditivo (consciência fonológica) da informação lingüística. Sinais encontrados em disléxicosDesde a pré-escola alguns sinais e sintomas podem oferecer pistas de que a criança é disléxica. Eles não são suficientes para se fechar um diagnóstico, mas vale prestar atenção:• Fraco desenvolvimento da atenção.• Falta de capacidade para brincar com outras crianças.• Atraso no desenvolvimento da fala e da escrita.• Atraso no desenvolvimento visual.• Falta de coordenação motora.• Dificuldade em aprender rimas/canções.• Falta de interesse em livros impressos.• Dificuldade em acompanhar histórias.• Dificuldade com a memória imediata e com organização geral. Dificuldades encontradas em crianças com dislexia:• Dificuldade para ler orações e palavras simples.• A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente nos disléxicos.• Crianças ou adultos disléxicos invertem as palavras de maneira total ou parcial; por exemplo: “casa” é lida “saca”. • Invertem as letras ou números, por exemplo: /p/ por /b/, /d/ por /b/, /3/ por /5/ ou /8/, /6/ por /9/, especialmente quando na escrita minúscula ou em textos manuscritos escolares. Assim, é patente a confusão de letras de simetria oposta.• A ortografia é alterada, podendo estar ligada à chamada CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA (alterações no processamento auditivo).• Copiam de forma errada as palavras, mesmo observando na lousa ou no livro como são escritas. Situação incômoda para o professor, pois a criança está vendo a forma correta e escreve exatamente o contrário. Ora, o processamento da informação léxica, que é de ordem cerebral, está invertido ou simplesmente deficiente.• As crianças disléxicas conhecem o texto ou a escrita, mas usam outras palavras, de maneira involuntária. Trocam as palavras quando lêem ou escrevem; por exemplo: “gato” por “casa”.• Algumas apresentam dificuldades em distinguir a esquerda da direita, homônimos (seção, cessão, seção), erros na separação das palavras.• As crianças disléxicas apresentam também dificuldade em escrever, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio.O disléxico precisa olhar atentamente, ouvir atentamente, atentar aos movimentos da mão quando escreve e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Assim sendo, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra tanto com seu som como com os movimentos FALAR/OUVIR/LER/ESCREVER são atividades da linguagem. FALAR E OUVIR são atividades com fundamentos biológicos. O método mais adequado para o processo de alfabetização tem sido o fonético. A criança aprende a usar a linguagem falada, no entanto depende de:• meio ambiente compreensivo, estimulador e paciente;• trato vocal;• organização do cérebro;• sensibilidade perceptual para falar os sons. O sucesso na reeducação de um disléxico está baseado numa terapia multisensorial (aprender pelo uso de todos os sentidos), combinando sempre a visão, a audição e o tato para ajudá-lo a ler e a soletrar corretamente as palavras. Estratégias que ajudam:Uso freqüente de material concreto:Relógio digital.Calculadora.Gravador.Confecção do próprio material para alfabetização, como desenhar, montar uma cartilha.Uso de gravuras, fotografias. A imagem é essencial para sua aprendizagem.Material Cuisinaire / Material Dourado.Folhas quadriculadas para matemática.Máscara para leitura de texto.Letras com várias texturas.Evitar dizer que ela é lenta, preguiçosa, nem compará-la aos outros alunos da classe, não deve ser forçada a ler em voz alta, a menos que demonstre desejo em fazê-lo.Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas orais do que nas escritas.Sempre que possível, a criança deve ser encorajada a repetir o que lhe foi dito para fazer. Isso inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória.Revisões devem ser freqüentes e importantes.Copiar do quadro é sempre um problema. Tente evitar isso, ou dê-lhe mais tempo para fazê-lo.Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo, principalmente quando você estiver ensinando a alunos que possam ser considerados disléxicos.Ensine-a, quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a lápis.Dê-lhe menos dever de casa e avalie a necessidade e o aproveitamento dessa tarefa.Não risque de vermelho seus erros nem coloque lembretes do tipo: Estude! Precisa estudar mais! Precisa melhorar! Reforce os acertos com elogios e prêmios. Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz.Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo.Procure não reforçar sentimentos que minimizam sua auto-estima. Dê-lhes um tempo maior para realizar as avaliações escritas. Uma tarefa em que a criança não-disléxica leva 20 minutos para realizar, a disléxica pode levar duas horas. Usar sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas escritas. Uma língua estrangeira é muito difícil para eles. Faça suas avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas.Orientação aos pais:A coisa mais importante a fazer: ajudar a melhorar a auto-estima. Ofereça segurança, carinho, compreensão e elogie seus pequenos acertos.Procurar ajuda profissional para realizar um diagnóstico correto: fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista ou psicopedagogo. Explique que suas dificuldades têm um nome: DISLEXIA, e que você vai ajudá-lo a superá-las, mas que ele é o principal agente desta mudança. Encoraje-o e encontre atividades em que se saia bem, estimulando-o nessas atividades. Elogie por seus esforços. Lembre-se de como ele tem de esforçar-se muito para ter algum sucesso na leitura e na escrita. Ajude-o nos seus trabalhos escolares, ou em algumas lições em especial, com paciência (mas não escreva para ele nem resolva suas tarefas de matemática). Ajude-o a ser organizado. Encoraje-o a ter hobbies e atividades fora da escola, como esportes, música, fotografia, desenhos etc.Observe se ele está recebendo ajuda na escola, porque isso faz muita diferença na habilidade dele de enfrentar suas dificuldades, de prosperar e de crescer normalmente. >> Marina S. Rodrigues Almeida, psicóloga, pedagoga e psicopedagoga

Disléxicos melhoram com instrução fônica

Adultos com dislexia podem melhorar com instrução fônica.
Fonte: Neuron, 27/10/04
Nova pesquisa mostra que instrução fônica pode realmente alterar a atividade cerebral em adultos com dislexia, resultando em aprimoramentos significativos na leitura.
Com cerca de 112 horas de instrução baseada em fonética, adultos com dislexia mostraram melhoras significativas na leitura e mudanças na atividade cerebral enquanto liam," disse Lynn Flowers, Ph.D., pesquisador principal, da Wake Forest Baptist. "Nós sabemos que a dislexia não é algo com a qual as criança crescem e nossos resultados sugerem que nunca é tarde para a instrução superar essa incapacidade.
Dislexia, ou dificuldade de aprender a ler, é associada com a sub-atividade de áreas do cérebro que processam a linguagem e decodifica palavras em grupos de letras que são associados com padrões sonoros de significado.
Dislexia é a incapacidade de aprendizado mais comum e afeta por volta de 10% da população. A pesquisa envolveu 19 adultos com dislexia e 19 leitores típicos sem dislexia. A idade média dos participantes, que eram majoritariamente a área de Winston-Salem, era 42,5 anos.
Os pesquisadores utilizaram a ressonância magnética funcional (fMRI) - que mostra a atividade cerebral durante uma tarefa - para verificar se os adultos com dislexia processavam a linguagem diferentemente dos leitores típicos. O teste- realizado enquanto os pacientes completavam uma tarefa fonética- mostrou que várias partes do cérebro, predominantemente no lado esquerdo, eram menos ativas em pacientes com dislexia. Essas áreas estão associadas com o processamento de sons fonéticos e o reconhecimento de objetos familiares.
"Isso comprovou nossas descobertas e de outros e confirmou que a dislexia tem base biológica," disse Flowers.
Depois, os pesquisadores testaram para ver se a instrução fonética iria melhorar a habilidade de leitura e produzir mudanças na ativação cerebral. Metade dos pacientes com dislexia receberam instruções baseadas na fonética 15 horas por semana por 18 semanas. Antes da instrução começar, eles completaram um testes escritos para medir suas habilidades de leitura e se submeteram ao (fMRI).
Após a instrução, eles completaram uma segunda seção de teste de escrita e fMRI. Os testes escritos mostraram que os pacientes que receberam instrução progrediram de 6 a 23% na leitura de textos, consciência fonética e habilidade para decodificar palavra escrita. O teste de fMRI revelou que a melhora na leitura correspondia ao aumento da atividade em áreas do cérebro associadas ao processamento fonético, capacidade de associar símbolo com som e capacidade para reconhecer se uma seqüência de letras representa uma palavra.
Flowers disse que a melhora na habilidade de leitura era significativa suficiente para fazer a diferença na vida cotidiana dos pacientes. Flowers disse que a instrução baseada em fonética foi escolhida para a pesquisa porque ela provou ser eficiente em crianças. Ela disse que os pesquisadores estão constantemente trabalhando para verificar se um programa menos intensivo terá os mesmos benefícios.
Ela recomenda que um adulto dislexo que queira seguir a instrução de leitura selecione um programa baseado na fonética que foque a estrutura da linguagem e no funcionamento da mesma. Este também deveria envolver sentidos múltiplos, incluindo a aparência da letra, os sons e a percepção das letras.