sábado, 5 de abril de 2008

Continuando..

A Psicologia contribuiu muito para isso ao divulgar frases como: “Não reprima seu filho’, “Seja amigo de seus filhos”, “Liberdade sem medo”“. Boa parte dos adultos quis aderir ao modelo horizontal, em que pais e filhos têm os mesmos direitos, evitando neuroticamente o uso da autoridade, por confundi-la com autoritarismo.

As intensas mudanças vividas de maneira muito rápida pela segunda geração tiveram um custo na educação da terceira, cujo preço, provavelmente alto, ainda não podemos estimar. Esses jovens ficaram sem noção de padrões de comportamento e limites, formando uma geração de “príncipes” e “princesas” com mais direitos que deveres, mais liberdade que responsabilidade, mais “receber” que “dar” ou “retribuir”.

Tais “príncipes domésticos” querem ser também, “príncipes sociais”, mas acabam frustrados, pois as regras da sociedade são outras, muito diferentes das válidas na família. As instituições de ensino, cuja tarefa é introduzir as crianças nas normas da sociedade, muitas vezes se omitem. O professor também perdeu a autoridade inerente à sua função. Quanto maior a perda, mais anárquica tornou-se a aula. Ao admitir um “príncipe escolar”, em vez de ajudar o aluno a viver em sociedade, o professor acaba por prejudicar seu crescimento.

É preciso recuperar a autoridade fisiológica, o que não significa ser autoritário, cheio de desmandos, injustiças e inadequações. Autoridade é algo natural e que deve existir sem descargas de adrenalina, seja para se impor, seja para se submeter, pois é reconhecida espontaneamente por ambas as partes. Desse modo, o relacionamento desenvolve-se sem atropelos. O autoritarismo, ao contrário, é uma imposição que não respeita as características alheias, provocando submissão e mal-estar tanto na adrenalina daquele que impõe quanto na depressão daquele que se submete.

É essencial à educação saber estabelecer limites e valorizar a disciplina. E para isso é necessária a presença de uma autoridade saudável. O segredo que difere autoritarismo do comportamento de autoridade adotado para que a outra pessoa (no caso, filhos ou alunos) torne-se mais educada ou disciplinada está no respeito à auto-estima.
Este livro pretende ajuda-lo a exercer sua autoridade – sem culpas, com segurança e bom senso. Filhos precisam de pais para ser educados; alunos, de professores para ser ensinados. Estes até podem ser amigos, porém não mais amigos do que pais; não mais amigos do que professores.
Você, pai ou professor, é o educador, e não pode se esquivar da tarefa de apontar, na medida certa, os limites para que os jovens se desenvolvam bem e consigam situar-se no mundo.

· O leite alimenta o corpo. O afeto, a alma. Criança sem alimento fica desnutrida. Criança sem afeto entra em depressão.
· Liberdade é poder material e psicológico, mas só tem valor quando associada à responsabilidade. Liberdade absoluta não existe, pois está sempre relacionada a algo.
· A criança não sabe o que é liberdade pessoal. Simplesmente faz o que tem vontade de fazer.
· Os seres humanos têm inteligência para sofisticar a saciedade dos seus instintos e superar as dificuldades, solucionando conflitos para atingir a felicidade. Uma criança naturalmente quer fazer apenas o que tem vontade.
· Uma educação severa, em que o erro é castigado e o acerto nem sempre é premiado, gera pessoas tímidas. Portanto, a timidez é uma criação dos homens.
· A timidez paralisa, preenche a cabeça com pensamentos de baixa estima e insucesso. Tímidos têm baixa apreciação sobre si mesmos porque seus pais, excessivamente críticos, não lhes deram a segurança de ser amados, mas aprovados ou não.
· O sacrifício de um ser humano não pode estar baseado no comportamento folgado de outro. A verdadeira felicidade deve ser boa para os dois.
· Os pais precisam encontrar um jeito, seja como for, de dar atenção para o filho no momento em que ele pedir. Não adianta enche-lo de atenções quando ele não quer.
· Um dos problemas mais sérios no relacionamento entre irmãos é que o primeiro perde o reino quando nasce o segundo, pois a casa passa a funcionar no ritmo da criança menor.
· Uma criança satisfeita dá liberdade para os pais. Estando insatisfeita, exige atenção o tempo inteiro.
· Em geral, a mulher é muito mais mãe que fêmea. Assim como o homem é muito mais macho que pai.
· Os filhos sentem-se amados pelo interesse que os pais demonstram mesmo não estando com eles o dia inteiro. E seguros quando os pais tomam atitudes repreensivas ou aprovativas, porque nelas encontram referências.
· Os pais precisam estar atentos à questão da convivência. Devem observar que os filhos não exigem ação dos pais o tempo todo. Mas exigem, a cada tempo, um pouco. Por isso, vale a pena atender na hora em que o filho solicita.
· De pouco adianta determinar e controlar o horário de estudo do jovem em casa. Ele que estude quando e como puder. O mais importante é que aprenda e demonstre que aprendeu.
· O professor é o cozinheiro, que vai preparar a informação de forma que o aluno possa consumi-la durante a aula, o momento da refeição.
· A digestão da informação não depende do cozinheiro, da mãe ou do professor. Depende exclusivamente do aluno.
· O grande ácido que digere essa comida é a imaginação, a nossa capacidade de criar imagens mentais. É como se estivéssemos vendo o que já foi dito. O conhecimento integra-se muito facilmente quando associado à imagem. Prova disso é que registramos mais as situações vividas que as simplesmente lidas.
· Evite que seu filho estude na poltrona ou no sofá, pois a posição que esses confortáveis móveis exigem mais favorece o descanso que o estudo.
· Mesmo que não tenha lição de casa para fazer, a criança deve repassar as matérias dadas naquele dia. Mas não basta ler com os olhos, precisa ler em voz alta, fazer resumo.
· A criança tem de ser educada para saber o que deve e pode comer, como e quando; a que horas deve dormir e acordar etc. O mesmo deve ocorrer com as demais atividades.
· Para viver em sociedade, o ser humano não necessita apenas de inteligência. Precisa viver segundo a ética, participando ativamente das regras de convivência e encarando o egoísmo, por exemplo, como uma deficiência funcional social.
· COMPORTAMENTO ESTILO VEGETAL. O ser humano funciona basicamente como a planta, que precisa ser cuidada por terceiros. Sua força concentra-se na sobrevivência. Ex: o recém-nascido, pacientes em coma etc.
· COMPORTAMENTO ESTILO ANIMAL. É quando o ser humano busca somente saciar seus instintos ou quando se deixa guiar apenas por um condicionamento, sem criticá-lo ou repensa-lo dentro dos parâmetros da ética, da lei etc. É o caso da voracidade mórbida que leva as pessoas a comer demais, a buscar poder acima de tudo, a lançar-se compulsivamente à compra de bens materiais, a consumir drogas, a cometer crimes como o estupro etc.
· COMPORTAMENTO ESTILO HUMANO. Neste caso, o indivíduo utiliza sua inteligência para superar as dificuldades naturais da vida, a fim de resolver os conflitos de convivência, de buscar a felicidade e não somente a saciedade que o estilo animal procura. Entram aqui valores como cidadania, ética e religiosidade, incluindo virtudes como respeito ao próximo, disciplina, gratidão etc. Elaborei uma teoria na qual enfoco o conceito da saúde social, que pode ser encontrada nos livros da coleção.
· “Integração Relacional”, da Editora Gente. O leitor encontrará nessas obras mais detalhes sobre esse tema atualíssimo.
· Acredito que quanto mais o ser humano aprende, mais deseja aprender. O ignorante julga que já sabe o suficiente e não se interessa em procurar novos conhecimentos.

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